O prefeito municipal de Colíder, Noboru Tomiyoshi, participou ontem da audiência pública realizada na Câmara, onde foram debatidas propostas para reverter o fechamento da unidade local do Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária (Incra).
A prefeita de Carlinda, Carmem Martinês, também se fez presente, assim como o deputado estadual Pedro Satélite. Foi preparado um documento que reivindicará ao governo federal, ao Incra, ao Congresso Nacional e às lideranças políticas e governamentais de Mato Grosso a permanência do órgão no município.
Vereadores e população também protestaram contra a portaria 426, publicada pelo Incra no dia 13 de julho deste ano,que determina o fechamento da unidade em Colíder e a transferência do atendimento para a unidade de Peixoto de Azevedo.
Para o prefeito de Colíder, Noboru Tomiyoshi, a saída do Incra do município vai deixar ‘órfãos’ de escrituras vários pequenos produtores rurais. “E quando a gente não tem uma escritura na mão, a nossa dignidade, toda a nossa história e todo o nosso trabalho fica sem uma comprovação. Quando se vai em busca de um auxílio em uma instituição financeira não conseguimos nada sem a escritura. Sem ela, parece que a gente não vale nada. A escritura é o bem maior de um produtor. E o Incra é a entidade maior nessa ação pela regularização fundiária”, avalia.
Ressaltou ainda que o desenvolvimento econômico das cidades depende fortemente da titulação de posse definitiva das propriedades urbanas e rurais.
Para o vereador Marcos Aragão, a extinção da unidade prejudica o processo da reforma agrária em mais de 20 municípios da região. “É um retrocesso para a regularização fundiária das propriedades rurais em nossa região. Ainda há problemas graves envolvendo a posse da terra aqui. Ainda há riscos de conflitos em algumas áreas. Por isso, precisamos que o Incra permaneça em Colíder para continuar atendendo as pessoas dos nossos municípios”, afirmou.
O deputado Pedro Satélite ressaltou que a Assembleia Legislativa apoia a permanência do Incra em Colíder. “Os 24 deputados apoiam”, garantiu.
O superintendente regional do Incra em Mato Grosso, João Bosco de Moraes, disse que está ‘sensibilizado’ com o fechamento da unidade de Colíder, que irá trabalhar pela permanência, mas que a decisão definitiva é da direção nacional. “Vou levar tudo o que foi debatido e acordado aqui para a presidência nacional do Incra”, afirma.
Estiveram presentes ainda, além dos vereadores de Colíder, Paulo Prado, vereador e presidente do Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Carlinda, Joel Machado de Azevedo, ex-chefe do Incra em Colíder, Ricardo Zeferino, presidente da OAB de Colíder, Maria Aparecida Mackuhim e José Domingos Nunes (Biro-Biro), vereadores de Paranaíta, entre outras autoridades.