Prefeitura de Colíder e Comitê de Prevenção e Combate ao Coronavírus debatem reabertura de escolas particulares
Autor: Sérgio Ober
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Data: 10 de Junho de 2020
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As aulas presenciais estão suspensas devido ao covid-19. Enquanto isso, as escolas particulares de Colíder oferecem o ensino online aos seus alunos. Mas alguns estudantes não conseguem compreender adequadamente os ensinamentos repassados pelo professor. Para contornar a situação, as instituições propõem atividades de reforço no ambiente escolar mediante a adoção de um protocolo de segurança. A questão foi tema na reunião desta quarta-feira (10.06) entre o prefeito de Colíder, Noboru Tomiyoshi, representantes das unidades privadas e os membros do Comitê de Prevenção e Combate ao Coronavírus.
As escolas particulares relatam que alguns alunos não conseguem aprender adequadamente através das aulas lecionadas pela internet. Essa dificuldade prejudica a qualidade da transferência de conhecimentos e exige que o estudante receba a orientação direta do professor. “É uma proposta. Não tem nada aprovado ainda. É preciso criar um protocolo de procedimentos para essa atividade presencial”, esclarece Noboru Tomiyoshi.
Atualmente, as escolas particulares de Colíder atendem cerca de 500 alunos. O prefeito comenta que a oferta de ensino, mesmo online, é importante para manter esses estudantes matriculados na rede privada. “As escolas públicas não tem condições de absorver essa demanda, caso essas escolas venham a fechar. Além disso, mais de cem profissionais ficarão desempregados”, alerta o prefeito.
O secretário de Educação, Márcio Fernandes, considera justa a reivindicação das escolas da rede privada. Segundo ele, o município já tem um plano de contingência para atender esse tipo de necessidade. “A Secretaria Municipal de Educação, as escolas privadas e municipais, Sintep, Conselho Municipal de Educação e as instituições de ensino superior participaram conosco da elaboração desse plano de contingência. Foi consolidado com a Vigilância em Saúde. Ali, estão descritos todos os protocolos que devem ser adotados. E o Ministério Público e a Vigilância entendem que cada escola pode realizar o seu plano de contingência baseado naquilo que nós já construímos”, menciona.
FECHAMENTO E DEMISSÕES
O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Colíder (Acic), Leandro Kessler, explica que o reforço presencial facilita o repasse de conhecimento aos alunos. “Eles precisam de um acompanhamento mais próximo para que não sejam prejudicadas. Então, está sendo buscado um plano para que essas escolas possam atender as necessidades dos seus alunos e que elas, como empresas, não fechem, criando mais problemas por conta dessa pandemia”, diz.
O professor Leonildo Fernandes, do Colégio Visão, reforça que não haveria aglomeração nesse reforço presencial. “É uma opção que a gente tenta demonstrar ao comitê. Não haveria aglomeração. Seria importante para o aluno não ficar distante da escola. Essa visita à escola faz ele sentir que é aluno. É essa nossa preocupação. Se a gente for aguardar o fim da pandemia, corre-se o risco de perder o ano letivo, das escolas fecharem e muitos profissionais ficarem desempregados”, avalia.
DIFICULDADE DE ADAPTAÇÃO
Os alunos com maior dificuldade de adaptação às aulas online, segundo Vanilde Aparecida Gomes, do Colégio Alternativo, são aqueles do 1º ao 4º ano. “Seriam essas crianças que nós estaríamos trazendo à escola para aulas presenciais, com o professor. Não seriam todos de uma vez, mas dois ou três durante cerca de uma hora e meia. Por isso, as escolas vieram manifestar ao comitê essa preocupação e pedir a flexibilização para não prejudicar o aprendizado das crianças”, justifica.
Claudenir da Silva, da Escola Centro do Saber, destaca que especialistas preveem que o covid-19 não ficará restrito a 2020. “Por isso, temos que nos reinventar e adequar para atender os nossos alunos neste momento. A reinvindicação das escolas durante a pandemia, onde já temos um crescimento no número de casos, é melhorar o suporte de aprendizado aos alunos”, explica.
PROTOCOLO DE SEGURANÇA
A coordenadora do Departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde, Vilma Aparecida Moura, diz que as escolas precisam construir um protocolo de segurança para realizar o atendimento presencial. “Precisam seguir os protocolos de saúde, e elas precisam ter isso por escrito, todo o procedimento, desde aceitar essa criança até o horário dessa criança sair. A escola precisa estar preparada para o caso de essa criança sentir algum sintoma. Precisa assumir essa responsabilidade”, pondera.
Textp | Sérgio Ober