Secretarias de Educação e de Assistência Social articulam ações para alunos de Colíder que necessitam de reforço alimentar
Autor: Sérgio Ober
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Data: 15 de Abril de 2020
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A alimentação escolar é para vários alunos da rede municipal de Colíder a refeição mais nutritiva e importante do dia. Mas desde o dia 23 de março, devido às medidas de combate aos novo coronavírus, as aulas estão suspensas e o principal prato de comida deixou de ser servido a essas crianças. A maioria é proveniente de lares carentes, que vêm sentindo bastante com os impactos da pandemia.
Diante da falta de previsão para o retorno das atividades escolares, as secretarias municipais de Educação e de Assistência Social buscaram com o Conselho Municipal da Alimentação Escolar um caminho para atender esses alunos. Na reunião realizada nesta semana ficou definido que caberá à pasta da Assistência Social ofertar cestas básicas.
As escolas ficam com a tarefa de realizar um levantamento para identificar os alunos com déficit alimentar. Serão atendidos somente os casos onde forem detectadas essa necessidade. Em Colíder, muitas famílias de baixa renda já são atendidas por programas sociais gerenciados pelo governo municipal.
“A Secretaria de Educação está encaminhando essa relação à Assistência Social. A equipe do Cras fará uma visita domiciliar para confirmar a necessidade da família do aluno ou se ela já recebe alguma assistência. Se for constatada a necessidade de alimento, a família receberá cesta básica”, explica o secretário Márcio Fernandes. Ele acrescenta que é imprescindível garantir a segurança alimentar e nutricional dos estudantes.
RECURSO DO PNAE É INSUFICIENTE
O gestor diz que Colíder não utilizará os recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) por temer não ser ressarcido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação. “É importante dizer que nenhum município tem a garantia de que, depois, o governo federal vai repassar esses recursos gastos agora”, pontua Márcio Fernandes.
A presidente da Conselho Municipal da Alimentação Escolar, Marlene Aparecida Fonseca Martins, lembra que o recurso do Pnae é insuficiente para montar cestas básicas. O programa federal repassa mensalmente cerca de R$ 11 por aluno, em média. “Então, achamos viável não usar o Pnae. Vamos atender essas famílias através da Assistência Social e do Cras”.
Conforme a atual decreto municipal, as aulas permanecem suspensas até 4 de maio. Marlene orienta os pais e mães de alunos que necessitarem de auxílio que procurem a Secretaria de Assistência Social e a Secretaria de Educação. “Também o Cras. Alguém vai informar como entrar nesse cadastro emergencial e receber essa cesta”, acrescenta.
Até o momento, as escolas identificaram cerca de 30 famílias que necessitam de auxílio alimentar. “As equipes do Cras e Creas estão visitando essas famílias para fazer uma avaliação socioeconômica e saber se já têm algum benefício, se já recebem auxílio emergencial, se recebem o BPC [Benefício de Prestação Continuada] ou outro auxílio assistencial para que a gente possa oferecer a cesta básica àquelas famílias que ainda não recebem nenhum tipo de benefício social”, explica a secretária adjunta municipal de Assistência Social, Ângela Tramarin.
Texto | Sérgio Ober